terça-feira, 12 de abril de 2016

OS SAIS MINERAIS E SUAS FUNÇÕES

Sais minerais" refere-se a minerais essenciais para o funcionamento do organismo humano. Esses sais minerais são compostos químicos inorgânicos encontrados em alimentos e são importantes para o equilíbrio e a saúde do corpo. Alguns exemplos de sais minerais incluem cálcio, ferro, zinco, magnésio e potássio. Esses minerais desempenham diversas funções no organismo, como fortalecer ossos e dentes, regular o metabolismo, manter a pressão arterial adequada e participar da formação de enzimas e hormônios. É essencial consumir uma dieta equilibrada e variada para garantir a ingestão adequada de sais minerais.


Cálcio:

É um dos elementos mais abundantes do organismo. Está presente em 1,5 a 2% do peso corporal e em 39% dos minerais corporais. Entretanto, 99% desse mineral encontra-se nos ossos e dentes, Apenas 1% está no sangue.
Funções: Formação de ossos e dentes, coagulação sangüínea, ativação de enzimas, condução de impulsos nervosos e contração muscular.
Carência: Retardo do crescimento, dentes e ossos frágeis, raquitismo e osteoporose.
Excesso: Calcificação dos ossos e tecidos moles, comprometimento renal e prejudica a absorção do ferro.
Fontes alimentares: Leite, iogurte, queijos, peixes, gema do ovo, hortaliças verdes, gergelim e feijão.
Necessidades diárias: 1000 a 1200mg para homens e mulheres.

Magnésio:

Depois do potássio, é o segundo mineral mais abundante encontrado nos fluidos intracelulares. Encontrado nos ossos, músculos, tecidos moles e líquidos extracelulares.
Funções: Necessário para a atividade normal das enzimas e para o uso de energia. Crescimento de ossos. Fundamental para a função normal do cálcio.
Carência: Irritabilidade, função nervosa anormal, perda de apetite, náuseas, vômitos, sonolência e espasmos musculares.
Excesso: Problemas respiratórios, pressão baixa, ritmo cardíaco alterado e inibição da calcificação da calcificação óssea.
Fontes alimentares: Gérmen de trigo, nozes, damasco, tofu, água de coco, camarão, cereais integrais, soja, acelga, quiabo.
Necessidades diárias: 320 a 400mg para homens e 320mg para mulheres.

Sódio:

Representa 1% do peso corporal ou 70g para um homem adulto. É um elemento facilmente encontrado na natureza.
Funções: Equilibra os líquidos corporais, juntamente com o potássio e cloreto, manutenção do equilíbrio ácido básico, excitabilidade de músculos e controla a pressão osmótica.
Carência: Convulsões, fraqueza e letargia.
Excesso: Hipertensão, cefaléia, parada respiratória e eritema da pele.
Fontes alimentares: Sal de cozinha, carnes e produtos com base de carne, embutidos, queijos, bacon, sopa, vegetais enlatados, pão e cereais matinais.
Necessidades diárias: 500mg para homens e mulheres.

 Potássio:

Cerca de 85% do potássio ingerido pela dieta é absorvido.
Funções: Manutenção do líquido intracelular, contração muscular, condução nervosa, frequência cardíaca, produção de energia, e síntese de proteínas e ácidos nucléicos.
Carência: Cansaço, fadiga, fraqueza, dores musculares, hipotensão, vômitos e dilatação cardíaca.
Excesso: Distúrbios cardíacos, confusão mental e paralisia muscular.
Fontes alimentares: Frutas secas, frutas frescas, banana, cítricas, vegetais crus ou cozidos, vegetais verdes folhosos e batata.
Necessidades diárias: 2000mg para homens e mulheres.

Fósforo:

É um elemento essencial.
Funções: Formação de ossos e dentes, absorção da glicose, metabolismo de proteínas, gorduras e carboidratos. Participa de sistemas enzimáticos.
Carência: Dor nos ossos, osteomalácia, miopatias, acidose metabólica, taquicardia e perda de memória.
Excesso: Sensação de peso nas pernas, confusão mental, hipertensão, derrame e ataque cardíaco.

Fontes alimentares: Leite, peixe, fígado, ovos e feijão. Necessidades diárias: 700mg para homens e mulheres.

O QUE SÃO HACKERS? COMO ATUAM OS HACKERS? QUAIS OS MEIOS DE PREVENÇÃO?

O QUE SÃO HACKERS?

Hackers são indivíduos com conhecimento amplo nas áreas da tecnologia e de informática que desenvolvem funcionalidades novas e/ou adaptam funcionalidades antigas do mundo digital. Eles elaboram ou modificam softwares e hardwares de forma legal, a fim de obter melhorias.
O termo "hacker de computador" apareceu pela primeira vez em meados da década de 1960. O hacker era um programador, uma pessoa que criava códigos de computação. Os hackers eram visionários que conseguiam enxergar novas maneiras de usar os computadores, criando programas que ninguém poderia imaginar. Eles foram os pioneiros da indústria da computação, construindo desde pequenos aplicativos para sistemas operacionais. Nesse sentido, pessoas como Bill Gates, Steve Jobs e Steve Wozniak eram todos hackers - eles viram o potencial do que os computadores eram capazes de fazer e criaram maneiras de ter acesso a esse potencial.

COMO ATUAM OS HACKERS?

Uma característica comum entre esses hackers era o grande senso de curiosidades, que às vezes beirava a obsessão. Esses hackers eram orgulhosos não só por sua habilidade de criar novos programas, mas também por aprender como outros programas e sistemas funcionavam. Quando havia bug, uma seção de códigos errados que impediam o bom funcionamento do programa, os hackers criavam e distribuíam pequenas seções de códigos chamados "patches" para solucionar o problema. Alguns conseguiam empregos que alavancavam suas habilidades, sendo pagos pelo que eles adorariam fazer de graça.
Conforme os computadores foram evoluindo, os engenheiros de computação começaram a juntar máquinas individuais em rede, formando um sistema. Logo, o termo "hacker" adquiriu um novo significado: uma pessoa que utilizava computadores para explorar uma rede à qual o hacker não pertencia. Geralmente, os hackers não eram mal-intencionados. Eles só queriam saber como as redes de computadores funcionavam e consideravam qualquer barreira entre eles e esse conhecimento como um desafio.
Na verdade, isso ainda ocorre hoje em dia. Há muitas histórias sobre hackers mal-intencionados sabotando sistemas de computação, infiltrando-se em redes e espalhando vírus pelos computadores, mas, a maioria dos hackers é só curiosa; eles querem saber todas as complexidades do mundo da computação. Alguns usam o conhecimento para ajudar corporações e governos a criar melhores medidas de segurança. Outros usam suas habilidades para ações menos éticas como por exemplos:
CAVALO-DE-TRÓIA 
O cavalo-de-tróia, ou trojan, é um programa disfarçado que executa alguma tarefa maligna. Um exemplo: o usuário roda um joguinho que conseguiu na internet. O joguinho secretamente instala o cavalo-de-tróia, que abre uma porta TCP do micro para a invasão. Alguns trojans populares são NetBus, Back Oriffice e Sub7. Há também cavalos-de-tróia dedicados a roubar senhas e outros dados sigilosos.
QUEBRA DE SENHA
O quebrador, ou cracker, de senha é um programa usado pelo hacker para descobrir uma senha do sistema. O método mais comum consiste em testar sucessivamente as palavras de um dicionário até encontrar a senha correta.
DENIAL OF SERVIDE ( DOS )
Ataque que consiste em sobrecarregar um servidor com uma quantidade excessiva de solicitações de serviços. Há muitas variantes, como os ataques distribuídos de negação de serviços ( DDoS ), que paralisaram sites como CNN, Yahoo! E ZD Net, em fevereiro deste ano ( 2000 ) . Nessa variante, o agressor invade muitos computadores e instala neles um software zumbi, como o Tribal Flood Network ou o Trinoo. Quando recebem a ordem para iniciar o ataque, os zumbis bombardeiam o servidor-alvo, tirando-o do ar.
MAIL BOMB
É a técnica de inundar um computador com mensagens eletrônicas. Em geral, o agressor usa um script para gerar um fluxo contínuo de mensagens e abarrotar a caixa postal de alguém. A sobrecarga tende a provocar negação de serviço no servidor e e-mail.
PHREAKING
É o uso indevido de linhas tlefônicas, fixas ou celulares. No passado, os phreakers empregavam gravadores de fita e outros dispositivos para produzir sinais de controle e enganar o sistema de telefonia. Conforme as companhias telefônicas foram reforçando a segurança, as técnicas tornaram-se mais complexas. Hoje, o phreaking é uma atividade elaborada, que poucos hackers dominam.

SCANNERS DE PORTAS
Os scanners são programas que buscam portas TCP abertas por onde pode ser feita uma invasão. Para que a varredura não seja percebida pela vítima, alguns scanners testam as portas de um computador durante muitos dias, em horários aleatórios.
SMURF
O Smurf é outro tipo de ataque de negação de serviço. O agressor envia uma rápida seqüência de solicitações de Ping ( um teste para verificar se um servidor da Internet está acessível ) para um endereço de broadcast. Usando spoofing, o cracker faz com que o servidor de broadcast encaminhe as respostas não para o seu endereço, mas para o da vítima. Assim, o computador-alvo é inundado pelo Ping.
SPOOFING
É a técnica de se fazer passar por outro computador da rede para conseguir acesso a um sistema. Há muitas variantes, como o spoofing de IP. Para executá-lo, o invasor usa um programa que altera o cabeçalho dos pacotes IP de modo que pareçam estar vindo de outra máquina. 

QUAIS OS MEIOS DE PREVENÇÃO?
·         Mantenha o teu sistema operacional sempre atualizado. Se ele for original, habilite o recurso de "atualização automática". As atualizações servem para corrigir as vulnerabilidades (e o windows é cheio delas) do sistema;

·         Sempre utilize um firewall. Os ditos "hackers" (a maioria deles mais fala que faz) necessitam entrar no teu PC por uma porta (um serviço). Entenda por "porta" cada aplicativo que acessa a rede instalado no teu computador (como msn, web browser, aplicativos P2P, etc.). Um firewall irá "fechar" estas portas, impedindo a entrada de estranhos;

·         Nunca, jamais, de forma alguma clique em links desconhecidos que chegam por e-mail, msn ou mesmo recadinhos de orkut. Desconfie de todo e qualquer conteúdo - fotos, vídeos, gifs, etc - que seja um link (quando você colocar o cursor do mouse sobre um link ele deixa de ser uma seta e passa a ser uma "mãozinha") mesmo que tenha sido enviado por seu melhor amigo;

·      Por último (mas não menos importante) - está comprovado que a maior causa da vulnerabilidade dos sistemas está no usuário. Acredite e mantenha sempre em mente que a Internet requer cuidado. Desconfie de tudo o que é ilícito: crackers, seriais, ofertas mirabolantes, links para material protegido por direitos autorais (como mp3 e filmes), etc.

Estes são cuidados básicos que reduzem drasticamente a chance de invasão.

REFERÊNCIAS:

https://duvidas.terra.com.br/duvidas/3144/o-que-sao-hackers
http://tecnologia.hsw.uol.com.br/hacker.htm
http://www.varican.xpg.com.br/varican/Curiosidades/atohackers.HTM
https://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20090830090156A

DISFUNÇÕES HIPOCINÉTICAS



Esta doenças é causada pela falta de movimento no corpo ou de uma maneira mais simples pela falta de exercícios físicos. As pessoas que são sedentárias e que não possuem uma rotina de exercícios estão mais propensas a desenvolver esse tipo de problema de saúde.
As doenças conhecidas como Hipocinéticas são:

·         Obesidade Arterial,
·          Cardiopatias,
·         Hipertensão Arterial,
·         Diabetes Tipo II,
·         Osteoporose e Sarcopenia.

Para prevenir essas doenças é imprescindível que se tenha uma rotina de exercícios preparada por um profissional formado em Educação Física ou os conhecidos como Personal Trainers.
Se você conseguir encontrar um profissional formado nessa área da Educação Física, especializados em Grupos Especiais, e se sentir na iminência de uma dessas doenças. Uma coisa importante é saber que essas doenças trazem limitações ao corpo e devido a isso tem que se ter cuidado depois que se começa a desenvolver esse problema. As pessoas que sofrem de doenças hipocinéticas podem correr riscos de vida se fizerem um esforço além do normal.
Quando se tem consciência do que se pode fazer de exercícios eles são bastante proveitosos para realizar um abrandamento dos sintomas. O grande problema de se desenvolver uma doença hipocinética leva a outro. Os riscos quando se tem uma dessas doenças é ser levado a desenvolver outras formas de risco e até mesmo a morte. Por isso tenha cuidado quando ficar muito tempo sem realizar muito exercício.

Fique atento aos seus exercícios físicos e tenha cuidado para não começar a desenvolver um problema desses.

segunda-feira, 4 de abril de 2016

A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA NO BRASIL

INTRODUÇÃO
   
    Os primeiros habitantes, os índios, deram pouca contribuição a não ser os movimentos rústicos naturais tais como nadar, correr atrás da caça, lançar, e o arco e flecha. Na suas tradições incluem-se as danças, cada uma com significado diferente: homenageando o sol, a lua, os Deuses da guerra e da paz, os casamentos etc. Entre os jogos incluem-se as lutas, a peteca, a corrida de troncos entre outras que não foram absorvidas pelos colonizadores. Sabe-se que os índios não eram muito fortes e não se adaptavam ao trabalho escravo.
  Os negros e a capoeira - Sabe-se que vieram para o Brasil para o trabalho escravo e as fugas para os Quilombos os obrigava a lutar sem armas contra os capitães-do-mato, homens a mando dos senhores de engenho que entravam mato a dentro para recapturar os escravos. Com o instinto natural, os negros descobriram ser o próprio corpo uma arma poderosa e o elemento surpresa. A inspiração veio da observação da briga dos animais e das raízes culturais africanas. O nome capoeira veio do mato onde entrincheiravam-se para treinar. "Um estranho jogo de corpo dos escravos desferindo coices e marradas, como se fossem verdadeiros animais indomáveis". São algumas das citações de capitães-do-mato e comandantes de expedições descritas nos poucos alfarrábios que restaram. Rui Barbosa mandou queimar tudo relacionado à escravidão.
 Embora teóricos relatem que a Educação Física também aparece em tempos primitivos, segundo Oliveira (1983) todas as atividades humanas durante o período que se convencionou denominar pré-histórico dependem do movimento, do ato físico. Ao analisar a cultura primitiva em qualquer das suas dimensões (econômicas, políticas e sociais), vemos, desde logo, a importância das atividades físicas para os nossos irmãos das cavernas.



A EDUCAÇÃO FISICA NO BRASIL COLONIAL

    A mais antiga notícia sobre a Educação Física em terras brasileiras data o ano de sua descoberta, 1500. Tal fato se deve ao relato de Pero Vaz de Caminha, que em uma de suas cartas, que relatam indígenas dançando, saltando, girando e se alegrando ao som de uma gaita tocada por um português (Ramos, 1982). Segundo Ramos (1982), esta foi certamente a primeira aula de ginástica e recreação relatada no Brasil.
    De modo geral, sabe-se que as atividades físicas realizadas pelos indígenas no período do Brasil colônia, estavam relacionadas a aspectos da cultura primitiva. Tendo como características elementos de cunho natural (como brincadeiras, caça, pesca, nado e locomoção), utilitário (como o aprimoramento das atividades de caça, agrícolas, etc.), guerreiras (proteção de suas terras); recreativo e religioso (como as danças, agradecimentos aos deuses, festas, encenações, etc.) (Gutierrez, 1972).
    Posteriormente, ainda no período colonial, criada na senzala, sobretudo no Rio de Janeiro e na Bahia, surge a capoeira, atividade ríspida, criativa e rítmica que era praticada pelos escravos (Ramos, 1982). Desta forma, podemos destacar que no Brasil colônia, as atividades físicas realizadas pelos indígenas e escravos, representaram os primeiros elementos da Educação Física no Brasil.


A EDUCAÇÃO FISICA NO BRASIL IMPÉRIAL

    O início do desenvolvimento cultural da Educação Física no Brasil, apesar de não ter ocorrido de forma contundente, ocorreu no período do Brasil império. Pois foi nessa época que surgiram os primeiros tratados sobre a Educação Física.
    Em 1823, Joaquim Antônio Serpa, elaborou o “Tratado de Educação Física e Moral dos Meninos”. Esse tratado postulava que a educação englobava a saúde do corpo e a cultura do espírito, e considerava que os exercícios físicos deveriam ser divididos em duas categorias: 1) os que exercitavam o corpo; e 2) os que exercitavam a memória (Gutierrez, 1972). Além disso, esse tratado entendia a educação moral como coadjuvante da Educação Física e vice-versa (Gutierrez, 1972).
    O Início da Educação Física escolar no Brasil, inicialmente denominada Ginástica, ocorreu oficialmente com a reforma Couto Ferraz, em 1851(Ramos, 1982). No entanto, foi somente em 1882, que Rui Barbosa ao lançar o parecer sobre a “Reforma do Ensino Primário, Secundário e Superior”, denota importância à Ginástica na formação do brasileiro (Ramos, 1982). Nesse parecer, Rui Barbosa relata a situação da Educação Física em países mais adiantados politicamente e defende a Ginástica como elemento indispensável para formação integral da juventude (Ramos, 1982).
   

A EDUCAÇÃO FISICA NO BRASIL REPÚBLICANO

    A Educação Física no Brasil república pode ser subdividida em duas fases: a primeira remete o período de 1890 até a Revolução de 1930 (que empossou o presidente Getúlio Vargas); e a segunda fase, configura o período após a Revolução de 1930 até 1946.
    Na primeira fase do Brasil república, a partir de 1920, outros estados da Federação, além do Rio de Janeiro, começaram a realizar suas reformas educacionais e, começaram a incluir a Ginástica na escola (Betti, 1991). Além disso, ocorre a criação de diversas escolas de Educação Física, que tinham como objetivo principal a formação militar (Ramos, 1982). No entanto, é a partir da segunda fase do Brasil república, após a criação do Ministério da Educação e Saúde, que a Educação Física começa a ganhar destaque perante aos objetivos do governo. Nessa época, a Educação Física é inserida na constituição brasileira e surgem leis que a tornam obrigatória no ensino secundário (Ramos, 1982).
    Na intenção de sistematizar a ginástica dentro da escola brasileira, surgem os métodos ginásticos (gímnicos). Oriundos das escolas sueca, alemã e francesa, esses métodos conferiam à Educação Física uma perspectiva eugênica, higienista e militarista, na qual o exercício físico deveria ser utilizado para aquisição e manutenção da higiene física e moral (Higienismo), preparando os indivíduos fisicamente para o combate militar (Militarismo) (Darido e Rangel, 2005).
    O higienismo e o militarismo estavam orientados em princípios anátomo-fisiológicos, buscando a criação de um homem obediente, submisso e acrítico à realidade brasileira.


A EDUCAÇÃO FÍSICA NO BRASIL NO MOMENTO CONTEMPORÂNEO

   No Período que compreende o pós 2ª Guerra Mundial, até meados da década de 1960 (mais precisamente em 1964, início do período da Ditadura brasileira), a Educação Física nas escolas mantinham o caráter gímnico e calistênico do Brasil república (Ramos, 1982).
   Com a tomada do Poder Executivo brasileiro pelos militares, ocorreu um crescimento abrupto do sistema educacional, onde o governo planejou usar as escolas públicas e privadas como fonte de programa do regime militar (Darido e Rangel, 2005).
  Naquela época o governo investia muito no esporte, buscando fazer da Educação Física um sustentáculo ideológico, a partir do êxito em competições esportivas de alto nível, eliminando assim críticas internas e deixando transparecer um clima de prosperidade e desenvolvimento (Darido e Rangel, 2005). Fortalece-se então a idéia do esportivismo, no qual o rendimento, a vitória e a busca pelo mais hábil e forte estavam cada vez mais presentes na Educação Física.
    Dentre uma das importantes medidas que impactaram a Educação Física no período contemporâneo, está a obrigatoriedade da Educação Física/Esportes no ensino do 3º Grau, por meio do decreto lei no 705/69 (Brasil., 1969). Segundo Castellani Filho (1998), o decreto lei no 705/69 (Brasil., 1969), tinha como propósito político favorecer o regime militar, desmantelando as mobilizações e o movimento estudantil que era contrário ao regime militar, uma vez que as universidades representavam um dos principais pólos de resistência a esse regime.
  Desta forma, o esporte era utilizado como um elemento de distração à realidade política da época. Ademais, a Educação Física/Esportes no 3º Grau era considerada uma atividade destituída de conhecimentos e estava relacionada ao fazer pelo fazer, voltada a formação de mão de obra apta para a produção (Darido e Rangel, 2005).
  No entanto, o modelo esportivista, também chamado de mecanicista, tradicional e tecnicista, começou a ser criticado, principalmente a partir da década de 1980. Entretanto, essa concepção esportivista ainda está presente na sociedade e na escola atual (Darido e Rangel, 2005).

AS CORRENTES DA EDUCAÇÃO FÍSICA NO BRASIL AO LONGO DOS ANOS

A Pedagogia Nova (Progressivista)
      As características desse movimento destacam-se: a valorização da criança, sujeito da sua aprendizagem e agente de seu próprio desenvolvimento: tratamento científico do processo educacional, considerando o desenvolvimento biológico e psicológico; respeito às capacidades e aptidões individuais, individualização do ensino conforme os ritmos próprios de aprendizagem; rejeição de modelos adultos em favor da atividade e da liberdade de expressão da criança.
    Para funcionar de acordo com a concepção acima, a organização escolar, teria que passar por uma reformulação. O professor deveria agir como um estimulador e orientador da aprendizagem cuja iniciativa caberia aos próprios alunos. Para tanto, cada professor teria de trabalhar com pequenos grupos de alunos, sem o que a relação inter-pessoal, essência da atividade educativa, ficaria dificultada; e num ambiente estimulante, portanto, dotado de materiais didático ricos, biblioteca de classe, entre outros.
    Dentro do movimento escolanovista, desenvolveu-se nos Estados Unidos uma de suas mais destacadas correntes, a Pedagogia Pragmática Progressivista, cujo principal representante é John Dewey (1859-1952). As idéias desse educador exerceram uma significativa influência no movimento da Escola Nova na América Latina e, particularmente, no Brasil. Com a liderança de Anísio Teixeira e outros educadores, no início da década de 30 o Movimento dos Pioneiros da Escola Nova, cuja atuação foi decisiva na formulação da política educacional, na investigação acadêmica e na prática escolar. (LIBÂNEO, op cit).

    A Pedagogia Tecnicista

    A partir do pressuposto da neutralidade científica e inspirada nos princípios de racionalidade, eficiência e produtividade, essa pedagogia advoga a reordenação do processo educativo de maneira a torná-lo objetivo e operacional. Nessas condições, o trabalhador ocupa seu posto na linha de montagem e executa determinada parcela do trabalho necessário para produzir determinados objetos. O produto é, pois, uma decorrência da forma como é organizado o processo.
    A partir dessa teoria tem-se a proliferação de propostas pedagógicas tais como o enfoque sistêmico, o micro-ensino, o tele-ensino, a instrução programada, as máquinas de ensinar entre outros.
    Na pedagogia tecnicista, o elemento principal passa a ser a organização racional dos meios, ocupando professor e aluno posição secundária, relegados que são à condição de executores de um processo cuja concepção, planejamento, coordenação e controle ficam a cargo de especialistas supostamente habilitados, neutros, objetivos, imparciais. A organização do processo converte-se na garantia da eficiência, compensando e corrigindo as deficiências do professor e maximizando os efeitos de sua intervenção.
    A função primordial da escola, nesse modelo, é transmitir conhecimentos disciplinares para a formação geral do aluno, formação esta que o levará, ao inserir-se futuramente na sociedade, a optar por uma profissão valorizada.
    Nesta tendência pedagógica, as ações de ensino estão centradas na exposição dos conhecimentos pelo professor. O professor assume funções como vigiar e aconselhar os alunos, corrigir e ensinar a matéria. É visto como a autoridade máxima, um organizador dos conteúdos e estratégias de ensino e, portanto, o único responsável e condutor do processo educativo.
    Há predominância da exposição oral dos conteúdos, seguindo uma seqüência predeterminada e fixa, independentemente do contexto escolar; enfatiza-se a necessidade de exercícios repetidos para garantir a memorização dos conteúdos. Os conteúdos e procedimentos didáticos não estão relacionados ao cotidiano do aluno e muito menos às realidades sociais. Na relação professor-aluno, prevalece a autoridade.

Pedagogia Libertadora
    Na pedagogia libertadora não se fala em ensino escolar, já que sua marca é a atuação "não-formal".
    Assim, quando se fala na educação em geral, diz-se que ela é uma atividade onde professores e alunos, mediatizados pela realidade que apreendem e da qual extraem o conteúdo de aprendizagem, atingem um nível de consciência dessa mesma realidade, a fim de nela atuarem, num sentido de transformação social.
    Tanto a educação tradicional, denominada "bancária" - que visa apenas depositar informações sobre o aluno -, quanto à educação renovada - que pretenderia uma libertação psicológica individual - são domesticadoras, pois em nada contribuem para desvelar a realidade social de opressão. A educação libertadora, ao contrário, questiona concretamente a realidade das relações do homem com a natureza e com os outros homens, visando a uma transformação - daí ser uma educação crítica. (LUCKESI, 1994).
    Os conteúdos de ensino são denominados "temas geradores" e são extraídos da problematização da prática de vida dos educandos. O importante não é a transmissão de conteúdos específicos, mas despertar uma nova forma da relação com a experiência vivida. A transmissão de conteúdos estruturados a partir de fora é considerada como "invasão cultural" ou "depósito de informação", porque não emerge do saber popular.
     Aprender é um ato de conhecimento da realidade concreta, isto é, da situação real vivida pelo educando, e só tem sentido se resulta de uma aproximação crítica dessa realidade. O que é aprendido não decorre de uma imposição ou memorização, mas do nível crítico de conhecimento, ao qual se chega pelo processo de compreensão, reflexão e crítica. O que o educando transfere, em termos de conhecimento, é o que foi incorporado como resposta às situações de opressão — ou seja, seu engajamento na militância política.

·         A Pedagogia Cultural
    A pedagogia cultural é pouco estudada e conhecida dentro do meio científico brasileiro ela faz parte da corrente da Pedagogia Renovada e não tem nenhum vínculo com a pedagogia da Escola Nova.
    A pedagogia cultural tem sua base teórica na pedagogia científico-espiritual desenvolvida por Guilherme Dilthey e seguidores como Theodor Litt, Eduard Spranger e Hermann Nohl. Tendo-se firmado na Alemanha como uma sólida corrente pedagógica, além da Alemanha ela difundiu-se em outros países da Europa, e daí para América Latina, influenciando autores como: Lorenzo Luzuriaga, Francisco Larroyo, J. Roura-Parella, Ricardo Nassif e, no Brasil essa pedagogia foi influenciada pelos autores, Luis Alves de Mattos e Onofre de Arruda Penteado Junior.
    Esses autores se preocupam em superar as oposições entre a cultura subjetiva e a cultura objetiva, entre o individual e o social, entre o psicológico e o cultural. De um lado, concebem a educação como atividade do próprio sujeito, a partir de uma tendência interna de desenvolvimento espiritual; de outro, consideram que os indivíduos vivem num mundo sócio-cultural, produto do próprio desenvolvimento histórico da sociedade. A educação seria, assim, um processo de subjetivação da cultura, tendo em vista a formação da vida interior, a edificação da personalidade. A pedagogia da cultura quer unir as condições externas da vida real, isto é, o mundo objetivo da cultura, à liberdade individual, cuja fonte é a espiritualidade, a vida interior (LIBÂNEO, op cit).

     Pedagogia Crítico-Social dos Conteúdos

    Essa pedagogia surge no final dos anos 70 e início dos 80 e se põe como uma reação de alguns educadores que não aceitam a pouca relevância que a "pedagogia libertadora" dá ao aprendizado do chamado "saber elaborado", historicamente acumulado, e que constitui parte do acervo cultural da humanidade.
    A pedagogia crítico-social dos conteúdos assegura a função social e política da escola através do trabalho com conhecimentos sistematizados, a fim de colocar as classes populares em condições de uma efetiva participação nas lutas sociais. (BRASIL, 1998).
    Entende que não basta ter como conteúdo escolar as questões sociais atuais, mas que é necessário que se tenha domínio de conhecimentos, habilidades e capacidades mais amplas para que os alunos possam interpretar suas experiências de vida e defender seus interesses de classe.
  A tendência da pedagogia crítico-social dos conteúdos propõe uma síntese superadora das pedagogias tradicional e renovada, valorizando a ação pedagógica enquanto inserida na prática social concreta (LIBÂNEO, 1990). Esta valorização consiste na preparação do educando para o mundo adulto, por meio da aquisição de conteúdos culturais universais, mas reavaliados frente às realidades sociais. Essa maneira de apreender os conteúdos, que estão ligados à realidade, passa da experiência imediata e desorganizada para o conhecimento sistematizado, permitindo ao educando elementos de análise crítica que o ajude a romper com a ideologia dominante.

    A difusão de conteúdos é a tarefa primordial. Não conteúdos abstratos, mas vivos, concretos e, portanto, indissociáveis das realidades sociais. A valorização da escola como instrumento de apropriação do saber é o melhor serviço que se presta aos interesses populares, já que a própria escola pode contribuir para eliminar a seletividade social e torná-la democrática. Se a escola é parte integrante do todo social, agir dentro dela é também agir no rumo da transformação da sociedade. Se o que define uma pedagogia crítica é a consciência de seus condicionantes histórico-sociais, a função da pedagogia "dos conteúdos" é dar um passo à frente no papel transformador da escola, mas a partir das condições existentes. Assim, a condição para que a escola sirva aos interesses populares é garantir a todos um bom ensino, isto é, a apropriação dos conteúdos escolares básicos que tenham ressonância na vida dos alunos. Entendida nesse sentido, a educação é "uma atividade mediadora no seio da prática social global", ou seja, uma das mediações pela qual o aluno, pela intervenção do professor é pôr sua própria participação ativa, passa de uma experiência inicialmente confusa e fragmentada (sincrética) a uma visão sintética, mais organizada e unificada. Em síntese, a atuação da escola consiste na preparação do aluno para o mundo adulto e suas contradições, fornecendo-lhe um instrumental, por meio da aquisição de conteúdos e da socialização, para uma participação organizada e ativa na democratização da sociedade.
    Os conteúdos são culturais universais que se constituíram em domínios de conhecimento relativamente autônomos, incorporados pela humanidade, mas permanentemente reavaliados face às realidades sociais. Embora se aceite que os conteúdos são realidades exteriores ao aluno, que devem ser assimilados e não simplesmente reinventados, eles não são fechados e refratários às realidades sociais. Não basta que os conteúdos sejam apenas ensinados, ainda que bem ensinados; é preciso que se liguem, de forma indissociável, à sua significação humana e social.
   Os métodos de uma pedagogia crítico-social dos conteúdos não partem, então, de um saber artificial, depositado a partir de fora, nem do saber espontâneo, mas de uma relação direta com a experiência do aluno, confrontada com o saber trazido de fora. O trabalho docente relaciona à prática vivida pelos educandos com os conteúdos propostos pelo educador, momento em que se dará a "ruptura" em relação à experiência pouco elaborada. Tal ruptura apenas é possível com a introdução explícita, pelo professor, dos elementos novos de análise a serem aplicados criticamente à prática do educando. Em outras palavras, uma aula começa pela constatação da prática real, havendo, em seguida, a consciência dessa prática no sentido de referi-la aos termos do conteúdo proposto, na forma de um confronto entre a experiência e a explicação do professor. Vale dizer: vai-se da ação à compreensão e da compreensão à ação, até a síntese, o que não é outra coisa senão a unidade entre a teoria e a prática.

As abordagens pedagógicas da Educação Física escolar

    O modelo esportivista é muito criticado pelos meios acadêmicos, principalmente a partir da década de 80, embora esta concepção esteja presente na sociedade de maneira quase hegemônica. É nesse momento que a Educação Física passa por um período de valorização dos conhecimentos Em oposição à vertente mais tecnicista, esportivista e biologista surgem novos movimentos na Educação Física escolar a partir, especialmente, do final da década de 70, inspirados no novo momento histórico social que passou o país, a educação de uma maneira geral e a Educação Física especificamente (DARIDO, op cit).

   Abordagem Desenvolvimentista

    As ideias pedagógicas da abordagem desenvolvimentista são explicitadas no Brasil, nos trabalhos de Go Tani e colaboradores (1988) e Manoel (1994). A obra mais expressiva dessa idéia pedagógica é o livro: Educação Física Escolar: Fundamentos para uma abordagem desenvolvimentista (Tani e colaboradores, 1988).
    Os autores desta abordagem defendem a ideia de que o movimento é o principal meio e fim da Educação Física, propugnando a especificidade do seu objeto. Sua função não é desenvolver capacidades que auxiliem a alfabetização e o pensamento lógico-matemático, embora tal possa ocorrer como um subproduto da prática motora. (DARIDO, op cit).
    A proposta dos defensores dessa abordagem não é buscar na Educação Física solução para os problemas sociais do país, a aula de Educação Física deve privilegiar a aprendizagem do movimento, embora possam ocorrer outras aprendizagens em decorrência da prática das habilidades motoras.
    A opção dos autores é suposição que para a Educação Física atender as reais necessidades e expectativas das crianças, ela precisa compreender aspectos do crescimento, do desenvolvimento e da aprendizagem. Dessa forma, os autores definem como objetivo inicial para a Educação Física Escolar a aquisição posterior das habilidades motoras básicas, a fim de que seja facilitada a ela a aquisição posterior das habilidades consideradas complexas (DAOLIO, 2002).
    Uma das limitações desta abordagem refere-se a pouca importância, ou a uma limitada discussão, sobre a influência do contexto sócio-cultural que está por trás da aquisição das habilidades motoras. A questão que se coloca é a seguinte: será que todas as habilidades apresentam o mesmo nível de complexidade? (DARIDO, op. cit.).

    Abordagem Construtivista-Interacionista

    No Brasil e mais especificamente, no Estado de São Paulo, a proposta construtivista-interacionista vem ganhando espaço. É apresentada principalmente nas propostas de Educação Física da Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas (CENP), que tem como colaborador o professor João Batista Freire. Seu livro Educação de Corpo Inteiro, publicado em 1989, teve papel determinante na divulgação das ideias construtivistas da Educação Física. Esta abordagem tem-se infiltrado no interior da escola e o seu discurso está presente nos diferentes segmentos do contexto escolar. A proposta denominada interacionista-construtivista é apresentada como uma opção metodológica, em oposição às linhas anteriores da Educação Física na escola, especificamente à proposta mecanicista, caracterizada pela busca do desempenho máximo de padrões de comportamento sem considerar as diferenças individuais, sem levar em conta as experiências vividas pelos alunos, com o objetivo de selecionar os mais habilidosos para competições e esporte de alto nível (DARIDO, 2003).
  João Batista Freire declara a diferença de sua proposta em relação à abordagem desenvolvimentista afirmando não ser partidário de linhas da Educação Física que se identificam com a aprendizagem motora. Também afirma que não acredita na existência de padrões de movimento - termo utilizado pela abordagem desenvolvimentista -, pois as diferenças sociais, étnicas e culturais das diversas populações do mundo tornariam impossível qualquer padronização. Prefere a utilização da expressão "esquemas motores", de origem piagetiana, que seriam, segundo o autor,
  Além de procurar valorizar as experiências dos alunos e a sua cultura, a proposta construtivista também tem o mérito de propor uma alternativa aos métodos diretivos, tão impregnados na prática da Educação Física. O aluno constrói o seu conhecimento a partir da interação com o meio, resolvendo problemas (DARIDO, op cit).
 Na proposta construtivista o jogo, enquanto conteúdo/estratégia tem papel privilegiado. É considerado o principal modo de ensinar, é um instrumento pedagógico, um meio de ensino, pois enquanto joga ou brinca a criança aprende. Sendo que este aprender deve
As propostas de avaliação caminham no sentido do uso da avaliação não-punitiva, vinculada ao processo, e com ênfase no processo de auto-avaliação.


Abordagem Critico-superadora
    A abordagem crítico-superadora tem como defensores os professores: Carmen Lúcia Soares, Celi Nelza Zülke Taffarel, Elizabeth Varjal, Lino Castellani Filho, Micheli Ortega Escobar e Valter Bracht, também conhecido como Coletivo de Autores. O trabalho mais importante dessa obra foi o livro Metodologia do Ensino da Educação Física, publicado em 1992.
    Outras obras também foram publicas como, Educação Física Cuida do Corpo... Mente (Medina, 1983), Prática da Educação Física no Primeiro Grau: Modelo de Reprodução ou Perspectiva de Transformação? (Costa, 1984), Educação Física Progressista: a Pedagogia Crítico-Social dos Conteúdos e a Educação Física Brasileira (Guiraldelli Jr., 1988) e Educação Física e Aprendizagem Social (Bracht, 1992).
    Esta pedagogia levanta questões de poder, interesse, esforço e contestação. Acredita que qualquer consideração sobre a pedagogia mais apropriada deve versar não somente sobre questões de como ensinar, mas também sobre como adquirimos esses conhecimentos, valorizando a questão da contextualização dos fatos e do resgate histórico. Esta percepção é fundamental na medida em que possibilitaria a compreensão, por parte do aluno, de que a produção da humanidade expressa uma determinada fase e que houve mudanças ao longo do tempo (COLETIVO DE AUTORES, 1992).
  Quanto à seleção de conteúdos para as aulas de Educação Física propõem que se considere a relevância social dos conteúdos, sua contemporaneidade e sua adequação às características sócio-cognitivas dos alunos. Enquanto organização do currículo ressaltam que é preciso fazer com que o aluno confronte os conhecimentos do senso comum com o conhecimento científico, para ampliar o seu acervo de conhecimento. Além disso, sugerem que os conteúdos selecionados para as aulas de Educação Física devem propiciar a leitura da realidade do ponto de vista da classe trabalhadora (DARIDO, 2001).

·         Abordagem Sistêmica
    Esta concepção de Educação Física escolar vem sendo ainda elaborada pelos trabalhos do professor Mauro Betti, que, em seus primeiros textos e em seu clássico livro Educação Física e sociedade, de 1991, onde define sua perspectiva como sistêmica, utilizando para isso um modelo sociológico. Nos textos mais recentes, o autor parece não se interessar por definir uma abordagem, embora traga contribuições importantes para a área.
    Betti considera a teoria de sistemas, defendida em grande medida por Bertalanffy e Koestler (citados por Betti, 1991), como um instrumento conceitual e um modo de pensar a questão do currículo de Educação Física. Como na teoria de sistemas proposta por Bertalanffy, o autor trabalha com os conceitos de hierarquia, tendências auto-afirmativas e auto-integrativas (1991).
    Betti (1994b) entende a Educação Física como um sistema hierárquico aberto, uma vez que os níveis superiores, como, por exemplo, as Secretarias de Educação, exercem algum controle sobre os sistemas inferiores, como, por exemplo, a direção da escola, o corpo docente e outros. É um sistema hierárquico aberto porque sofre influências da sociedade como um todo e ao mesmo tempo a influência.
    Para a abordagem sistêmica existe a preocupação de garantir a especificidade, na medida em que considera o binômio corpo/movimento como meio e fim da Educação Física Escolar. O alcance da especificidade se dá através da finalidade da Educação Física na escola, que é, segundo Betti (1992), "integrar e introduzir o aluno de 1.° e 2.° graus no mundo da cultura física, formando o cidadão que vai usufruir, partilhar, produzir, reproduzir e transformar as formas culturais da atividade física (o jogo, o esporte, a dança, a ginástica...)" (p.285).
    Alguns princípios derivados desta abordagem foram apresentados por Betti (1991). O mais importante é denominado princípio da não-exclusão, segundo o qual nenhuma atividade pode excluir qualquer aluno das aulas da Educação Física. Este princípio tenta garantir o acesso de todos os alunos às atividades da Educação Física. O princípio da diversidade propõe que a Educação Física na escola proporcione atividades diferenciadas e não privilegie apenas um tipo, por exemplo, futebol ou basquete. Além disso, pretende que a Educação Física escolar não trabalhe apenas com um tipo de conteúdo esportivo. Garantir a diversidade como um princípio é proporcionar vivências nas atividades esportivas, atividades rítmicas e expressivas vinculadas à dança e atividades da ginástica. A importância da aprendizagem de conteúdos diversos está vinculada ao uso do tempo livre de lazer, oportunizando o alcance da cidadania (idem).

Abordagem Critico-Emancipatória
    A abordagem crítico-emancipatória tem como o seu defensor o professor Elenor Kunz que publicou os livros: Educação Física: Ensino & mudanças (1991), Transformação Didático-pedagógica do Esporte (1994). Essa abordagem considera a Educação Física como parte de um sistema maior, sócio-educacional e sócio-político-econômico.
    Para o autor, o ensino na concepção crítico-emancipatória deve ser um ensino de libertação de falsas ilusões, de falsos interesses e desejos, criados e construídos nos alunos pela visão de mundo que apresentam a partir do conhecimento. O ensino escolar necessita, desta forma, basear-se numa concepção crítica, pois é pelo questionamento crítico que chega a compreender a estrutura autoritária dos processos institucionalizados da sociedade que formam as convicções, interesses e desejos (DARIDO, op cit).
    De acordo com Daolio (2002), o autor aprofunda discussões sobre o movimento humano, criticando a visão que o considera apenas como fenômeno físico que pode ser reconhecido e esclarecido de forma muito simples e objetiva, independente do próprio ser humano que o realiza. Segundo ele, essas análises que tratam o movimento como acontecimento espaço-temporal não dão conta da complexidade que envolve o ser humano em movimento, sendo necessária uma análise integral.

   Abordagem Cultural
    A abordagem cultural é proposta por Jocimar Daolio com a publicação do livro: Da cultura do corpo (1995), ele buscou em sua obra uma perspectiva antropológica, um contraponto à ênfase biológica. Jocimar Daolio apóia seus estudos na Antropologia de Clinford Geertz e Marcel Mauss.
    Segundo Daolio (2004), "cultura" é o principal conceito para a Educação Física, porque todas as manifestações corporais humanas são geradas na dinâmica cultural, desde os primórdios da evolução até hoje, expressando-se diversificadamente e com significados próprios no contexto de grupos culturais específicos. O profissional de Educação Física não atua sobre o corpo ou com o movimento em si, não trabalha com o esporte em si, não lida com a ginástica em si. Ele trata do ser humano nas suas manifestações culturais relacionadas ao corpo e ao movimento humano, historicamente definido como jogo, esporte, dança, luta e ginástica. O que irá definir se uma ação corporal é digna de trato pedagógico pela Educação Física é a própria consideração e análise desta expressão na dinâmica cultural específica do contexto onde se realiza.

·         Abordagem dos jogos cooperativos
    As idéias pedagógicas dos jogos cooperativos têm como defensor o professor Fábio Brotto que se baseia nos estudos antropológicos de Margaret Mead. Brotto publica em 1995 o livro intitulado: ”Jogos Cooperativos - Se o importante é competir, o fundamental e cooperar: CEPEUSP, 1995”.
    O autor entende que há um condicionamento, um treinamento na escola, família, mídia, para fazer acreditar que as pessoas não têm escolhas e têm que aceitar a competição como opção natural (DARIDO, op cit).
    Brotto (1995), inspirado em Terry Orlick sugere que os jogos cooperativos sejam usados como uma força transformadora como alternativa aos jogos competitivos, que são divertidos para todos e todos têm um sentido de vitória.

·         Abordagem Psicomotricidade
    Esta concepção inaugura uma nova fase de preocupações para o professor de Educação Física que extrapola os limites biológicos e de rendimento corporal, passando a incluir e a valorizar o conhecimento de origem psicológica.
    O autor que mais influenciou o pensamento psicomotricista no país foi, sem dúvida, o francês Jean Le Bouch, através da publicação de seus livros, como Educação pelo Movimento, publicado em francês no ano de 1966 e no Brasil em 1981.
    É importante salientar que a Psicomotricidade foi e é indicada não apenas para a área da Educação Física, mas também para psicólogos, psiquiatras, neurologistas, reeducadores, orientadores educacionais, professores e outros profissionais que trabalham junto às crianças.
    A Psicomotricidade advoga por uma ação educativa que deva ocorrer a partir dos movimentos espontâneos da criança e das atitudes corporais, favorecendo a gênese da imagem do corpo, núcleo central da personalidade (LE BOUCH, 1986). A educação psicomotora na opinião do autor refere-se à formação de base indispensável a toda criança, seja ela normal ou com problemas, e responde a uma dupla finalidade; assegurar o desenvolvimento funcional tendo em conta a possibilidade da criança trabalhar a sua afetividade a expandir-se e a equilibrar-se através do intercâmbio com o ambiente humano.
    O discurso e prática da Educação Física sob a influência da Psicomotricidade conduz à necessidade do professor de Educação Física sentir-se um professor com responsabilidades escolares e pedagógicas, utilizando a atividade lúdica como impulsionadora dos processos de desenvolvimento e aprendizagem. Buscando, dessa forma, desatrelar sua atuação na escola dos pressupostos da instituição desportiva, valorizando o processo de aprendizagem e não mais a execução de um gesto técnico isolado.

·         Abordagem Saúde Renovada
    Esta abordagem tem como autores principais Nahas e Guedes & Guedes que passam a advogar em prol de uma Educação Física escolar dentro da matriz biológica, embora não tenham se afastado das temáticas da saúde e da qualidade de vida (DARIDO, 2003).
http://adfoc.us/40134461673233
    O autor busca a conscientização da população escolar para as pesquisas que mostram os benefícios da atividade física. Considera importante a adoção pedagógica dos professores de assumirem um novo papel frente à estrutura educacional, procurando adotar em suas aulas, não mais uma visão de exclusividade da prática desportiva, mas, fundamentalmente, alcançarem metas em termos de promoção da saúde, através da seleção, organização e desenvolvimento de experiências que possam propiciar aos educandos, não apenas situações que os tornem crianças e jovens mais ativos fisicamente, mas, sobretudo, que os levem a optarem por um estilo de vida ativo também quando adultos (Guedes & Guedes, 1993, p.4).
    Considera de fundamental importância a promoção da prática prazerosa de atividades para proporcionar a eles o aperfeiçoamento das áreas funcionais de resistência orgânica ou cardiovascular; flexibilidade; resistência muscular e a composição corporal como fatores coadjuvantes na busca de uma melhor qualidade de vida por meio da saúde. Ainda conforme Guedes & Guedes (1993), a aptidão física relacionada à saúde abriga aqueles aspectos da função fisiológica, que oferecem alguma proteção aos distúrbios orgânicos provocados por um estilo de vida sedentário. Considera que a conquista por melhores momentos de satisfação pessoal e coletiva esteja na busca da Qualidade de Vida da população e também na adaptação às condições vivenciadas, como fatores colaboradores para estes fins: a saúde; o lazer; os hábitos do cotidiano, o estilo de vida, hábitos alimentares.
Abordagem dos Parâmetros Curriculares Nacionais

    De acordo com o grupo que organizou os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998), estes documentos têm como função primordial subsidiar a elaboração ou a versão curricular dos Estados e Municípios, dialogando com as propostas e experiências já existentes, incentivando a discussão pedagógica interna às escolas e a elaboração de projetos educativos, assim como servir de material de reflexão para a prática de professores.
     De acordo com os PCNs, eleger a cidadania como eixo norteador significa entender que a Educação Física na escola é responsável pela formação de alunos que sejam capazes de: participar de atividades corporais, adotando atitudes de respeito mútuo, dignidade e solidariedade; conhecer, valorizar, respeitar e desfrutar da pluralidade de manifestações da cultura corporal; reconhecer-se como elemento integrante do ambiente, adotando hábitos saudáveis e relacionando-os com os efeitos sobre a própria saúde e de melhoria da saúde coletiva; conhecer a diversidade de padrões de saúde, beleza e desempenho que existem nos diferentes grupos sociais, compreendendo sua inserção dentro da cultura em que são produzidos, analisando criticamente os padrões divulgados pela mídia; reivindicar, organizar e interferir no espaço de forma autônoma, bem como reivindicar locais adequados para promover atividades corporais de lazer (BRASIL, 1998).
    Na análise dos objetivos descritos para a Educação Física fica evidenciada a amplitude de abordagens abarcadas, pois incluem a dimensão da crítica (aos padrões de beleza, por exemplo), ao mesmo tempo em que referenciam a busca da compreensão dos benefícios da atividade física para a saúde. Uma leitura mais atenta mostra também uma perspectiva da compreensão dos processos de aprendizagem a partir da ótica do construtivismo. Embora a finalidade seja a integração do aluno na esfera da cultura corporal de movimento (PCNs, 1998), existe certo ecletismo nos meios considerados para alcançar essas finalidades.
 Além disso, propõe um relacionamento das atividades da Educação Física com os grandes problemas da sociedade brasileira, sem, no entanto, perder de vista o seu papel de integrar o cidadão na esfera da cultura corporal, através do que denominam de temas transversais. Assim, a Educação e a Educação Física requerem que questões sociais emergentes sejam incluídas e problematizadas no cotidiano da escola buscando um tratamento didático que contemple sua complexidade e sua dinâmica, no sentido de contribuir com a aprendizagem, a reflexão e a formação do cidadão crítico (idem).

CONCLUSÃO

Concluímos que a Educação Física na vida dos Brasileiros é de grande importância, pois melhora na postura corporal, combate o excesso de peso e o acúmulo de gordura, aumenta a produtividade, menor propensão às doenças cardíacas, combate o estresse e a indisposição, maior disposição para as tarefas cotidianas, melhora na elasticidade e flexibilidade do corpo, da autoestima, aumenta a qualidade e a expectativa de vida, fortalece o sistema imunológico, redução do colesterol, dentre outros. Sendo assim, foi possível observar que ao longo dos anos os especialistas da área vem buscando formas que facilite a boa qualidade de vida.

REFERÊNCIAS:




Questionário sobre Inteligência Artificial

  1. O que é inteligência artificial (IA)? A) Um tipo de hardware de computador B) Um sistema que simula a inteligência humana C) Um softwar...