A estética não está preocupada com o real das coisas ou com princípios
que fundamentam o homem, o espaço, o tempo, o universo, a vida. A aparência não
está à procura da verdade, esta pouco importa quando se compreende que verdade
e, portanto, também a mentira, de nada são senão sentidos que carecem de
qualquer fundamento para querer ser verdade. Uma atitude estética da vida não abdica do pensamento,
mas antes se relacionado com ele enquanto possibilidades. Que possibilidades?
Possibilidades singulares: aparência, portanto, sem nenhuma ordem de
significado universal. Contudo, nem por isso o pensador estético costuma
abdicar dos debates da verdade, pelo contrário, a verdade passa a ser para
alguns o inimigo a ser derrubado, não porque se quer substituir essa verdade
por outra, mas por almejar que a verdade perca justamente o seu valor de
verdade: com isso não se elimina a verdade, mas antes uma relação com a
verdade, por assim dizer, a verdade deixa de ser prisão e flagelo ao homem e a
vida e passa a ser sentido singular que pode ou não ser compartilhado para se
juntar a uma produção infinita (?) de sentidos que o pensamento pode criar.
Certamente que por vezes o pensador estético não abre mão do riso e da ironia
diante dos mais ilustres homens da verdade: atitude esta que é um afeto de
alegria à existência. O pensamento estético é antes de tudo um pensamento dos
afetos da existência.
O belo passou a ser identificado com o bem, com a verdade e a
perfeição. A beleza existe em si, separada do mundo sensível. Uma coisa é mais
ou menos bela conforme a sua participação na ideia suprema de beleza. Neste
sentido criticou a arte que se limitava a "copiar" a natureza, o
mundo sensível, afastando assim o homem da beleza que reside no mundo das
ideias. Sob uma perspectiva fenomenológica, não existe mais a ideia de um único
valor estético (o belo) a partir do qual julgamos todas as obras de arte. Cada
objeto artístico estabelece seu próprio tipo de beleza, ou seja, o tipo de
valor pelo qual será julgado. Os objetos artísticos são belos porque são
autênticos segundo seu modo de ser singular, sensível, carregando significados
que só podem ser percebidos por meio da experiência estética. Por outro lado, a estética também pode ocupar-se do sublime, ou da
privação da beleza, ou seja, o que pode ser considerado feio, ou até mesmo ridículo. Caracterizado pelo belo artístico, relegando o belo natural
a um segundo plano. Se a resposta é sim o pensamento é absorvido à maneira do
singular e juntado à existência para possibilitar maior afeto positivo. Nada,
absolutamente nada, impede a
estética por uma ideia, o
pensamento que antes servia a qualquer momento pode ser descartado e jogado
fora uma vez que nenhum valor é cristalizado a ponto de congelar a vida à
ideia.. Pelo equilíbrio assimétrico,
entende-se o comportamento dos artistas em atribuir valores semelhantes a
combinações de linhas e cores diferentes, balanceando suas composições. Observando
a ordem, da harmonia e da unidade, características que também estão presentes
na estética do belo artístico. Tornando-se estética, quando se consegue,
pela arte, pressentir a unidade entre a natureza e o espírito.