Camada de ozônio e aquecimento global
Muitas SDOs também influenciam negativamente as mudanças climáticas
globais. O CFC e alguns de seus substitutos estão listados entre os gases que
mais contribuem para o aquecimento planetário. Uma tonelada de CFC-12, por
exemplo, prejudica o clima de forma equivalente a de 7,3 mil toneladas de
dióxido de carbono (CO2). A contribuição potencial para o aquecimento do
planeta (GWP, do inglês Global Warming Potential) do CFC-12 é de 10.720,
enquanto que a do CFC-11 é de 4.680.
Desde seu lançamento, o Protocolo de Montreal mostrou-se muito
eficiente para reduzir a fabricação e o uso de CFC em nível global. No entanto,
os gases alternativos mais comuns à substância, como HCFC e posteriormente HFC
e PFC, ainda ameaçam a saúde climática do Planeta. A eliminação de 97,5 do HCFC
está programada para ocorrer em 2030, restando eliminar consumo residual de
2,5% no setor de serviços, até 2040.
Frente ao dilema de proteger a camada de ozônio e ao mesmo tempo
resguardar o equilíbrio climático, a Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças
Climáticas (UNCCC) e o Protocolo de Montreal produziram um documento que
sustenta ser possível reduzir pela metade a contribuição dos CFC e seus
substitutos para o aquecimento global até 2015, em comparação aos níveis de
2002.
Para tanto, é necessário um gerenciamento rigoroso sobre equipamentos e
produtos com CFC e seus substitutos. Impedir a liberação de gases de aparelhos
antigos é uma das soluções centrais para evitar futuras contribuições ao
aquecimento global. A maior parte das emissões que podem ser evitadas entre
hoje e 2015 tem foco em equipamentos de refrigeração.
Por outro lado, para reduzir a produção de gases estufa usados como
substitutos de CFC, os organismos internacionais propõem a aplicação de novas
tecnologias, como aumentar o uso de amônia, HC e outras substâncias que não
contribuem para o aquecimento global. Nesse caso, é possível lançar mão de
instrumentos econômicos para fomentar pesquisas e também utilizar mecanismos
financeiros previstos no Protocolo de Montreal e no Protocolo de Quioto -
tratado internacional que estipula políticas e mecanismos para o corte nas
emissões de gases com alto GWP.
Com as ações adotadas pelo Brasil, foi possível evitar a emissão de
aproximadamente 43 mil toneladas/ano de CFC, equivalentes a aproximadamente 360
milhões toneladas de CO2. Os cálculos levam em conta a redução real promovida
pela Resolução 267/2000, somada aos limites de emissões que poderiam ter sido
utilizados pelas empresas até 2010, se o Brasil não tivesse adiantado em três
anos o cumprimento de suas metas.
Além das projeções de crescimento no consumo de CFC até 2010, o balanço
também utiliza cenários pessimistas sobre a substituição completa desses gases
por variedades danosas às mudanças climáticas, como o HCFC-141b. Apesar da
redução no uso de CFC também contribuir diretamente para o combate às mudanças
climáticas, tais gases não são contabilizados nas metas do Protocolo de Quioto.