terça-feira, 3 de novembro de 2015

DITADURA MILITAR: os presidentes, o tropicalismo, a vanguarda, REDEMOCRATIZAÇÃO

DITADURA MILITAR:

Ditadura militar é uma forma de governo cujos poderes políticos são controlados por militares. O significado de ditadura se refere a qualquer regime de governo em que todos os poderes estão sob autoridade de um indivíduo ou de um grupo. No caso de uma ditadura formada por militares, estes chegam ao poder quase sempre através de um golpe de Estado.
Um golpe de Estado liderado por militares significa que um governo legítimo é derrubado com o apoio de forças de segurança. Algumas ditaduras militares que não conseguem apoio popular são marcadas pela crueldade e pela falta de respeito aos Direitos Humanos nas perseguições aos defensores da oposição.
As principais regiões governadas por ditaduras militares (ainda em vigor em alguns países) foram América Latina, África e Oriente Médio.
No Brasil, o regime militar durou mais de 20 anos (entre 1964 e 1985). No dia 1 de Abril de 1964, o governo de João Goulart (após renúncia do presidente Jânio Quadros) foi deposto e o regime militar teve início alguns dias depois. O fim da ditadura militar no Brasil aconteceu em 1985, sendo João Figueiredo o último presidente deste período.

Os presidentes do regime militar (1964-1985)

Governo Castello Branco (1964 - 1967
Governo Costa e Silva (1967 - 1969)
Governo da Junta Militar (1969)
Governo Médici (1969-1974)
Governo Geisel (1974 - 1979)
Governo Figueiredo (1979 - 1985)

O TROPICALISMO
O tropicalismo foi um movimento musical, que também atingiu outras esferas culturais (artes plásticas cinema, poesia), surgido no Brasil no final da década de 1960. O marco inicial foi o Festival de Música Popular realizado em 1967 pela TV Record. 

Influências e inovações

O tropicalismo teve uma grande influência da cultura pop brasileira e internacional e de correntes de vanguarda como, por exemplo,o concretismo. O tropicalismo, também conhecido como Tropicália, foi inovador ao mesclar aspectos tradicionais da cultura nacional com inovações estéticas como, por exemplo, a pop art.

O tropicalismo inovou também em possibilitar um sincretismo entre vários estilos musicais como, por exemplo, rock, bossa nova, baião, samba, bolero, entre outros.

As letras das músicas possuíam um tom poético, elaborando críticas sociais e abordando temas do cotidiano de uma forma inovadora e criativa.

  
Críticas recebidas 

O movimento tropicalista não possui como objetivo principal utilizar a música como “arma” de combate político à ditadura militar que vigorava no Brasil. Por este motivo, foi muito criticado por aqueles que defendiam as músicas de protesto. Os tropicalistas acreditavam que a inovação estética musical já era uma forma revolucionária.

Uma outra crítica que os tropicalistas receberam foi o uso de guitarras elétricas em suas músicas. Muitos músicos tradicionais e nacionalistas, acreditavam que esta era uma forte influência da cultura pop-rock americana e que prejudicava a música brasileira, denotando uma influência estrangeira não positiva.

A VANGUARDA
A Vanguarda Popular Revolucionária foi uma organização de extrema esquerda durante a Ditadura Militar no Brasil.
Após o Golpe Militar de 1964, vários grupos de resistência ao regime se formaram no país. Essas organizações representavam a esquerda política e combatiam de todas as formas o sistema de governo brasileiro que foi implantado pelos militares. As ações dos opositores iam desde simples contestações com discursos contrários ao governo até atitudes mais extremadas, como utilização de táticas de guerrilha que incluía sequestros e assaltos.
Uma das mais importantes organizações de esquerda se formou ainda antes do Golpe Militar, logo no começo da década de 1960. A Organização Revolucionária Marxista – Política Operária (POLOP) representava uma ala dos radicais de esquerda que tinham ideais diferenciados, inclusive, aos do Partido Comunista Brasileiro. Formada em 1961, militava em favor do direito dos trabalhadores. A POLOP possuía também em seu interior várias dissidências, o que levou a formação de uma série de outros grupos revolucionários de esquerda, como o Comando de Libertação Nacional (COLINA) e a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR).
A Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) foi fundada em 1966 por membros dissidentes da POLOP e por militares remanescentes do Movimento Nacionalista Revolucionário (MNR) com o objetivo de instaurar no Brasil um governo do tipo soviético. Tinha no seu leque de ações práticas de guerrilha urbana e de terrorismo para alcançar o objetivo maior que era a derrubada do governo dos militares. Seu modelo de política socialista seguia uma linha marxista-leninista.

Em julho de 1969, os integrantes da VPR se uniram com os integrantes do Comando de Libertação Nacional (COLINA) para dar origem ao grupo chamado de VAR-Palmares. Este foi uma grande organização militantes de esquerdistas radicais durante a Ditadura Militar que contou com a participação, inclusive, de Dilma Rousseff. A VAR-Palmares organizou um campo próprio de treinamento de guerrilha, em 1970, no vale do Ribeira.

No mesmo ano de 1969, no mês de setembro, um grupo de militantes de esquerda que integrava a VAR-Palmares decidiu deixar este movimento e reorganizar a Vanguarda Popular Revolucionária. A VPR promovia assaltos armados e roubos a bancos para financiar a guerrilha contra o regime militar. Seus membros, por outro lado, estavam preocupados também em divulgar na população brasileira os males que a Ditadura Militar fazia ao país. Entretanto era a fase do chamado “Milagre Econômico”, na qual o governo conseguia se esconder muito bem atrás do crescimento da economia do país que agradava a classe média. Sem conseguir significativo impacto na população brasileira com a tentativa de divulgar entre a população brasileira os malefícios da Ditadura Militar, a VPR praticava também atos mais radicais com a finalidade de resgatar presos políticos, como por exemplo: o sequestro de Giovanni Enrico Bucher, embaixador suíço, e de Nobuo Okuchi, cônsul japonês em São Paulo.

A Vanguarda Popular Revolucionária padeceu com a repressão empreendida pelo governo militar brasileiro. Aos poucos, seus membros foram sendo capturados, presos e torturados pelos órgãos do governo brasileiro. Em 1971, um militar do DOPS infiltrado no movimento, Cabo Anselmo, denunciou o paradeiro do comandante da VPR, José Raimundo da Costa. Este foi imediatamente preso e morreu como prisioneiro político. Após esse caso, os integrantes da Vanguarda Popular Revolucionária decidiram pela dissolução do movimento.

REDEMOCRATIZAÇÃO

É conhecido como "redemocratização" na história do Brasil o período de abertura política, ou seja, de recuperação das instituições democráticas abolidas pelo chamado Regime Militar, instituído em 1964, e que impunha desde aquele ano um regime de exceção e de censura às instituições nacionais.
A grosso modo, o período considerado como de redemocratização vai desde o governo Ernesto Geisel até a eleição indireta de Tancredo Neves, que morreria pouco antes de assumir o poder, resultando na posse de José Sarney, cujo período na presidência inicia o que se costuma denominar Nova República.
Com o fim do período de Ernesto Geisel na presidência, ficava claro para a opinião pública que o Regime Militar estava chegando ao fim, e a palavra em voga era "abertura", em especial a política, mesmo que a contragosto da chamada Linha Dura do regime. O regime estava na verdade implodindo, com uma inflação galopante que este não conseguia controlar, denúncias de corrupção por todos os lados que surgiam com o levantamento da censura, perda de confiança da população no governo, e as sucessivas perdas nas eleições legislativas do partido governista, a ARENA. Tais fatores contribuíram para que a abertura política fosse mais que um gesto de boa vontade do governo. Era o gesto de um regime acossado pela crise e que se ressentia da força das manifestações populares, cada vez mais constantes.
É nessa mesma época que os sindicatos de trabalhadores do ABC iniciam grandes manifestações por melhorias nas condições de trabalho, além das vozes vindas da Igreja Católica, em especial as de Dom Evaristo Arns, arcebispo de São Paulo, e Dom Hélder Câmara, arcebispo emérito de Olinda e Recife, além de Leonardo Boff, representante mais conhecido da Teologia da Libertação, que defendia o engajamento social do clero, além das atividades promovidas pelas Comunidades Eclesiais de Base (CEBs). A imprensa, especialmente a chamada "alternativa" voltava com força à atividade, fazendo forte oposição ao governo, incomodando ao ponto da Linha Dura habitualmente colocar bombas em bancas de jornais que geralmente vendiam as publicações contestadoras. Além de bombas em bancas de jornal, os radicais de direita tinham planos mais infames, que por sorte não obtiveram sucesso, como o famoso atentado à bomba ao Rio Centro durante um show em comemoração ao 1 de maio.
A anistia aos condenados por crimes políticos veio em 1979, sendo que o inusitado deste gesto é que ele abonou também os torturadores. No mesmo ano era estabelecida a nova Lei Orgânica dos Partidos, que acabava com o bipartidarismo, e liberava a criação de novos, que começaram a surgir, como o PMDB, PDS, PFL, e ainda o PT.

Mas, o ponto máximo do período da redemocratização foi sem dúvida o movimento pelas Diretas-Já, campanha que mobilizou milhões no final do mandato do presidente João Figueiredo, buscando pressionar o Legislativo a aprovar a chamada Emenda Dante de Oliveira, de autor do parlamentar mato-grossense, e que restituía o voto direto para presidente. A campanha pelas Diretas-Já marcou a década de 80 no Brasil, e uniu personalidades de todos os campos em torno do desejo do voto, que acabaria frustrado, pois a Emenda não foi aprovada. O candidato apoiado pelo povo, porém, venceria as eleições indiretas, mas, causando nova frustração no povo, morreria antes de assumir. Seu nome: Tancredo Neves; em seu lugar, assumiria seu vice, José Sarney, um verdadeiro democrático de última hora, político originário da ARENA, o partido de apoio do Regime Militar, e de seu sucessor, o PDS.

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